Sobra loucura e falta método na fala de Dilma; em entrevista à Folha, volta a misturar delação com tortura e desafia: “Não vou cair; venha tentar, venha tentar!”
Polônio,
personagem de Shakespeare, via método na loucura de Hamlet, o príncipe
destrambelhado. Já fui tentado a apontar certo rigor nas maluquices que Dilma
anda dizendo ultimamente. Mas desisti. O conjunto simplesmente não faz sentido e
reflete os descaminhos de quem, afinal de contas, não sabe para onde vai nem o
que virá. O discurso sobre o papel fundador da mandioca na civilização
brasileira entrará como emblema jocoso de um momento em que o país raspa o chão.
Há quatro dias, foi a vez de ela fazer poesia com a tocha olímpica, que, segundo
disse, “é muito bonita, é verdadeiramente fantástica e vai ser sentida em vários
municípios, desde a distante Amazônia, passando pelo Centro-Oeste, até São
Paulo, Rio de Janeiro…” Santa Bárbara!!!
Nesse discurso, afirmou que “dentre todos os processos
tecnológicos que a humanidade criou, destacam-se a cooperação e o fogo”. O que
quer dizer? Nem Prometeu, que roubou do Olimpo o fogo para dar aos homens, seria
capaz de explicar. Como diz uma amiga, Dilma anda lendo antropologia antes de
dormir. Na melhor das hipóteses. Confesso que intuí ser em outro momento…
Adiante. A presidente concedeu uma entrevista à Folha, que está na edição desta terça. A coisa não está bem.
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Completamente LOUCA....‘Eu não vou cair, isso aí é moleza’ Em entrevista à Folha, presidente critica setores ‘golpistas’ da oposição e diz que não há possibilidade de sofrer impeachment nem de renunciar ao mandato. ‘As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair’
http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/dilma-%E2%80%98eu-nao-vou-cair-isso-ai-e-moleza%E2%80%99/
A presidente Dilma Rousseff chamou setores da oposição
de “golpistas”, classificou o PMDB como “ótimo” e desafiou seus adversários a
tentarem tirá-la do cargo. Em entrevista àFolha
de S.Paulo, Dilma afirmou que não vai renunciar ao mandato nem
ser cassada porque não cometeu nenhum ato ilícito. “Eu não vou cair. Eu não
vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política”, declarou. Segundo ela,
não há qualquer fundamento para um eventual pedido de impeachment, como defendem
seus opositores. “As pessoas caem
quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair”, declarou.
“E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso.
Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam”,
emendou.
Com o maior índice de desaprovação
popular desde o ex-presidente Fernando Collor, em 1992, segundo o Datafolha, e
ameaças de pedido de cassação, Dilma afirmou que não se amedronta com o atual
cenário político nem com as tentativas de quem quer tomar o seu
mandato.
“Eu não vou terminar por quê? Para tirar
um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus
desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base
real.”
Na entrevista, Dilma evitou atrito com o
ex-presidente Lula, que, segundo ela, tem direito de falar o que quiser. Mas, ao
contrário de seu antecessor, disse não se achar no “volume morto” por causa da
crise política e econômica. “Respeito muito o presidente Lula. Ele tem todo o
direito de dizer onde ele está e onde acha que eu estou. Mas não me sinto no
volume morto não. Estou lutando incansavelmente para superar um momento bastante
difícil na vida do país”.
A petista também fez afagos no PMDB,
partido que, no comando da Câmara e do Senado, tem imposto sucessivas derrotas
ao governo no Congresso. “Quem quer me tirar não é o PMDB. Nã-nã-nã-não! De
jeito nenhum. Eu acho que o PMDB é ótimo. As derrotas que tivemos podem ser
revertidas. Aqui tudo vira crise.”
A presidente também se defendeu em
relação ao processo do Tribunal de Contas da União (TCU) que apura sua
responsabilidade em manobras fiscais realizadas pelo governo para ter suas
contas fechadas e aprovadas. Ela afirmou que não fez nada que já não tivesse
sido feito pelos governos que a antecederam. “Eu não acho que houve o que nos
acusam”, disse a respeito das chamadas pedaladas fiscais. O tribunal deu prazo
para Dilma se manifestar sob risco de rejeitar suas
contas.
A presidente ainda fez críticas à forma
com que a Operação Lava Jato tem sido conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro.
Ela disse estranhar os fundamentos usados para a prisão preventiva de “pessoas
conhecidas”, como os empresários Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo,
presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez.
“Não gostei daquela parte [da decisão do
juiz Sergio Moro] que dizia que eles deveriam ser presos porque iriam participar
no futuro do programa de investimento e logística e, portanto, iriam praticar
crime continuado. Ora, o programa não tinha licitação. Não tinha nada”,
criticou.
A presidente voltou a criticar o
instrumento da delação premiada, que prevê a redução da pena do acusado em troca
de sua colaboração com as investigações. Assim como fizera na semana passada, em
visita aos Estados Unidos, a petista fez paralelo entre os delatores de um
esquema de corrupção com os delatores da ditadura
militar.
“Eu conheço interrogatórios. Sei do que
se trata. Eu acreditava no que estava fazendo e vi muita gente falar coisa que
não queria nem devia. Não gosto de delatores”, afirmou. “Não gosto desse tipo de
prática. Não gosto. Acho que a pessoa, quando faz, faz fragilizadíssima. Eu vi
gente muito fragilizada [falar]. Eu não sei qual é a reação de uma pessoa que
fica presa, longe dos seus, e o que ela fala. E como ela fala. Todos nós temos
limites”, acrescentou.
Para ela, há dois pesos e duas medidas na
interpretação do teor dos depoimentos dos delatores. Ela fez referência ao caso
de Ricardo Pessoa, ex-presidente da UTC Engenharia, que diz que repassou para a
campanha de Dilma R$ 7,5 milhões desviados do esquema de corrupção na Petrobras.
“Meu querido, é uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu
recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu
é propina e o dele não? Não sei o que perguntam.”
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